As lições do mestre Didi ...

 



Treino é treino, jogo é jogo, já dizia Didi, cérebro da seleção brasileira de 58, que ganhou a primeira Copa do Mundo pra gente, lá na Suécia.

 
 
 
A frase serve como uma luva para tratar de pesquisas eleitorais a mais de um ano da eleição. Elas ajudam a entender o quadro, servem para os pré-candidatos corrigirem suas rotas, mas, de concreto, são tão sólidas que, a qualquer ventinho, se desmancham no ar. Assim deve ser entendido o levantamento divulgado esta semana sobre o cenário político de São José dos Campos, feito pelo instituto Paraná Pesquisas, em  parceria com o Grupo Band Vale. Ela traz um resultado interessante: enquanto a administração do prefeito Anderson Farias (PSD) tem uma aprovação de 70%, Anderson, como candidato, patina. Em um cenário, Anderson aparece em primeiro, com 18,3%, seguido de pertinho por Dulce Rita (PSDB), com 16,9%. Levando em conta que a margem de erro da pesquisa é de 3,7 pontos percentuais, Anderson e Dulce estão empatado tecnicamente, seguidos por Carlinhos Almeida (PT), com 14,3%, e pelo Doutor Élton (Podemos), com 11,1%. Tudo junto e misturado. Agora, a coisa fica complicada para Anderson em outro cenário, com a inclusão de Eduardo Cury na disputa, pelo PSDB. Nesse cenário, Cury fica isolado com 30,8%, com Anderson na casa dos 16,7%, seguido por Doutor Élton (10,4%) e Wágner Balieiro (PT), com 8,9%. Somando tudo e feita a prova dos 9, que resultado surge dessa sopa de números? É simples: o prefeito Anderson Farias tem uma administração bem avaliada (herança que recebeu de Felício Ramuth, é bom frisar), mas o candidato Anderson Farias vai ter comer muito arroz com feijão para enfrentar as urnas de 2024. Sua força? O governo, com a força da máquina. Sua fraqueza? Pelo jeito, muita gente não associa imediatamente Anderson ao governo, o que abre espaço para a oposição (ainda fragmentada em diversos nomes) sonhar. Nessa equação de tantas variáveis, a gente tem que levar em contar ainda o peso de Felício na disputa (ele vai “apadrinhar” a candidatura de Anderson) e a influência do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), cuja gestão é aprovada pelo eleitor joseense, segundo a pesquisa. Em resumo, gente do governo gostou dos números, gente da oposição também e segue o baile.

 

E segue fiel à máxima do velho Didi, inventor da “folha seca”, aquela batida de falta em que a bola sobe, sobe, sobe e cai, de repente, dentro do gol adversário: treino é treino, jogo é jogo.

 

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