Com que roupa?

 


Com a eleição entrando em sua reta final, a questão é: que papel caberá  a Felício Ramuth em um eventual governo Tarcísio de Freitas?

Claro, antes precisa ganhar a eleição frente a Fernando Haddad. Mas, pelo que se viu até aqui, na campanha, a fatia do bolo não deve ser tão grande quanto sonham alguns aliados. Aliás, a fatia maior, do lado do PSD, deve caber a Gilberto Kassab, chefe inconteste do partido, e ele tem lá seus caprichos. Veja bem, ao dizer as coisas, dessa forma, não quero diminuir a figura de Felício. Afinal, cada vez mais a figura dos vices ganha relevo na política brasileira, em especial em São Paulo –que o digam Geraldo Alckmin, Márcio França e Rodrigo Garcia. Mais: se as pesquisas de intenção de voto forem confirmadas pelas urnas, Felício fecha com sucesso uma manobra política arriscada que ele iniciou, meses atrás, ao deixar o PSDB e renunciar à Prefeitura de São José dos Campos. Tudo isso é positivo para ele, seu grupo político e para a cidade, que terá um elo direto com o Palácio dos Bandeirantes. E, sempre é bom lembrar, com a vitória, Felício vai virar, de fato, a principal liderança política de São José dos Campos, repetindo a história da criatura que supera o criador –no caso, criadores, Emanuel Fernandes e Eduardo Cury.  Fim da história? Não. Aí, volto à questão inicial. Em um governo Tarcísio, Felício terá o desafio de ter luz própria. Não aqui, em São José ou na região, aqui ele já tem; mas em um governo que, apesar de novo, já terá líderes e ideologia próprios --bolsonaristas de sobrenome ou de primeira hora. É como no futebol, aquele time que sobe para a Primeira Divisão e tem que suar a camisa em dobro para se manter na elite. Felício é arrojado, gosta de desafios e não esconde isso. Com uma eventual vitória dia 30, depois da festa, do oba-oba, ele vai ganhar um desafio e, dessa vez, dos grandes: dizer, afinal, a que veio e transformar o papel de vice em um papel fundamental não só no governo, mas na política do Estado. É o caso de acompanhar essa novela, que está longe de terminar. E desejar, a ele, boa sorte.

Segue o baile ...

Comentário político para a CBN Vale, veiculado em 20 de outubro

 


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