6 Histórias da quarentena: trabalho





6 . Histórias da quarentena: trabalho

Fiz quarentena a brasileira: algumas vezes em casa, outras vezes na rua.
E, verdade seja dita, nunca trabalhei tanto.

Mas, calma, credores e fiscais da Receita Federal: não corro o risco de ficar rico. Nestes tempos de pandemia, contratos foram cortados; ganhos, reduzidos. Mas, admito, mesmo sendo workaholic assumido (outra herança do meu pai) desde que me conheço por gente, nunca trabalhei tanto na vida. Projetos, campanhas, reuniões e reuniões, on-line quase todas. Não bastasse, eu, que tenho bicho-carpinteiro, inventei outras atividades, paralelas, nas horas de folga: tentar tirar, a todo custo, histórias que guardo na minha cabeça, projetos de livros costurados ao longo dos anos. Terá chegado a hora? Não sei. Dois rascunhos estão bem adiantados, a ponto das histórias terem adquirido corpo. Um terceiro está em tópicos, pequenos trechos, algumas anotações. Sim, fiel à minha paixão por alguns números (os preferidos são 3 e 5), são três os projetos que ensaio, batucando, no laptop: um, que me desafia, reúne histórias que me habitam desde a origem; outro, trata da minha Macondo, como costuma dizer meu amigo Tadeu Gobbi; e, um terceiro, um romance policial, uma brincadeira literária para meu filho caçula, fã do gênero, que me contaminou. Se um deles vingar, um, apenas um, unzinho só, já vou ficar satisfeito. Se, ao cabo de tudo, nem um deles vingar, vítimas do meu senso crítico, escrever, escrever, escrever já terá valido a pena. Mais: as pesquisas que envolvem cada um dos rascunhos já terão sido uma grande aventura. Uma aventura às vezes até perigosa, mas, isso, rende outra história.


Segue o baile ...

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