17. Histórias da quarentena: gente (3)






17. Histórias da quarentena: gente (3)

Outro dia escrevi sobre gente do bem que a gente encontra no mundo virtual, ainda mais nesses tempos bicudos. Mas também tem gente estranha ...

Encontrei algumas nesse período. Poucas, é verdade, mas alguma. Exemplo? Durante os levantamentos que fiz para uma história que estou construindo aos poucos (já falei de passagem sobre isso, no 6. Histórias da quarentena: trabalho), um thriller inspirado nos livros preferidos pelo meu filho caçula, encontrei gente sem lé, nem cré. A pesquisa foi sobre a indústria do sexo, pano de fundo para a história que está em construção. Fiz entrevistas, levantei dados diversos, fui atrás de perfis de comportamento, gírias, histórias de vida, enfim, informações que poderiam compor, de alguma forma, parte da trama, que começa a partir da morte de uma noiva durante a festa de seu casamento. Quando estava “fechando” essa fase do trabalho, passei a receber ofensas por telefone (usado para algumas entrevistas e sondagens, com a chegada da pandemia), seguidas de mensagens estranhas. Algumas traziam ameaças, me aconselhando a não mexer onde não devia. Outras traziam áudios confusos, montagens e pedidos de dinheiro. Todas tinham, aparentemente, a mesma fonte. Deletei as mensagens, não sem antes --hábito de jornalista-- levantar nomes (alguns, acredito, falsos; outros, acredito, não), telefones e pistas. Nunca vi, não sei quem são. Mas, se não entrarem na trama original, de uma forma ou de outra, em uma aplicação literária da velha Lei de Lavoisier, podem, quem sabe, ser necessários no futuro. Vai saber. Pelo jeito, tem louco para tudo nesse mundo. Mesmo acostumado com ameaças, pressões e situações incomuns ao longo de mais de 40 anos de jornalismo (já escrevi sobre isso e falei disso outro dia numa live; o tema rende uma crônica, mas não agora), fiquei, desta vez, incomodado. Era energia ruim, estranha, fora da curva ...


Segue o baile ....

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