16. Histórias da quarentena: gente (2)



16. Histórias da quarentena: gente (2)

Tenho acompanhado com gosto o “quase diário de uma época muito difícil”, escrito no facebook por Emanuel Fernandes. Aprendo e me divirto.

Emanuel foi um dos prefeitos mais importantes na história de São José dos Campos e um grande formulador de políticas públicas. Discordo de coisas que fez em seus dois governos (isso é motivo de um artigo, fora do “História”; quem sabe, um dia), mas tenho com ele uma afinidade intelectual. Mais: temos valores em comum. Ele é um cara do bem. E, nesse “quase diário”, tem se revelado um escritor criativo, capaz de envolver o leitor em sua jornada pandemia a dentro. Medo, anseios, esperança, relatos do dia-a-dia, memórias vão sendo postadas, uma após a outra, com dicas de livros (descobri que estávamos lendo “História como História da Liberdade”, de Benedeto Croce, quase ao mesmo tempo) e descobertas pessoais. “Frigideiras velhas fritam melhor o bife do que frigideiras mortas”, escreveu outro dia. Meu avô, José Olympio, concordaria em gênero, número e grau. Nisso e na paixão de Emanuel por mortadela --que ele prefere escrever mortandela, com "n", talvez para acentuar o sabor e alguma saudade. Mais recentemente, Emanuel postou vídeos sobre campanha eleitorais e reflexões políticas. Seu pensamento é cristalino. E positivo. Torço para que tenhamos mais de Emanuel nas redes. E, quem sabe, mais de Emanuel na vida fora das redes. Mas, aviso: em sua luta contra as formigas, que, em silêncio, em seu frenesi diário, correm como Forrest Gump em um vaivém sem cessar, eu, cigarra, cá entre nós, tenho uma leve queda pelas formigas.


Segue o baile ...

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