Cuidado com o jabuti!




Vai encarar?

 Essa é para acompanhar de perto ...

Depois de pipocar mais que grão de milho em panela de óleo quente, em um vaivém que envolveu PT, Justiça, Câmara e Prefeitura de São José dos Campos, o projeto da nova Lei de Zoneamento deve ser votado na próxima terça-feira pelos vereadores, em sessão extraordinária.

Será?

Caso a expectativa do governo Felício Ramuth (PSDB) se confirme, São José dos Campos estará assistindo os capítulos finais de uma novela digna de Glória Magadan, a autora cubana que levou milhões de brasileiros às lágrimas com seus dramalhões intermináveis exibidos pela antiga TV Tupi e por uma Rede Globo ainda saindo dos cueiros. “O Sheik de Agadir”, “Eu Compro Essa Mulher”? A novela da nova Lei de Zoneamento de São José dos Campos, iniciada no governo Carlinhos Almeida (PT), bate todas em emoção, traições e reviravoltas inesperadas. Haja coração, diria Galvão Bueno. Mas, juram todos (menos, é claro, o vereador Vagner Balieiro, do PT, que ainda sonha em evitar a votação), agora vai.

E, se vai, é um perigo.

Votação de Lei de Zoneamento em São José dos Campos é um perigo, tudo pode acontecer. Até mesmo nada. Mas, nos meandros da Câmara, o risco é que aconteça de tudo um pouco. Na votação da Lei de Zoneamento em vigor, no governo Eduardo Cury (PSDB), os vereadores protagonizaram o episódio das emendas secretas, um punhado de mudanças incluídas no projeto original que introduziram algumas arapucas no texto. A lambança foi tanta que o Tribunal de Justiça do Estado derrubou as emendas do texto, deixando a Lei de Zoneamento de São José dos Campos com mais buracos que um queijo suíço. Então, na próxima terça-feira, prepare o seu coração.

A dúvida é a seguinte: algum vereador espertalhão vai tentar colocar um “jabuti” no texto da nova lei?

“Jabuti”, para quem não sabe, nesse caso não é o bicho de carapaça, que muita gente tem em casa, mas aquela emenda parlamentar oportunista que insere um texto estranho, exótico, ao tema principal de um projeto de lei. Muitas vezes eles não tem nexo algum com o objeto principal do texto original. Trata-se de uma referência à expressão popular que ensina: jabuti não sobe em árvore. Ora, se não sobe, alguém colocou o bicho lá. Lembra, leitor, do deputado Eduardo Cunha (PMDB), que acabou preso? Anos atrás, ele colocou a mesma emenda em 11 de 17 Medidas Provisórias que iriam a votação na Câmara Federal. Que emenda? O fim da obrigatoriedade do exame da OAB para exercício da profissão de advogado. Deu para entender?

Na próxima terça-feira, na sessão extraordinária da Câmara de São José dos Campos, todo cuidado é pouco. Piscou o olho, saiu para tomar água, ir tirar água do joelho, tudo isso pode ser fatal. Na Câmara, bobeou, dançou ...

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