Um dia de Maga Patalógica!

 
Dias atrás postei no facebook uma matéria do jornal "O Vale" sobre a influência do PSL nas eleições municipais de 2020 em São José dos Campos. Minha intenção era fazer algumas considerações sobre o ambiente político, mas a semana foi corrida e não deu. Mas agora vai. Vou tentar alinhavar algumas ideias agora, sob um risco sério: como não tenho, de fato, uma bola de cristal que preste, posso estar totalmente errado nas minhas projeções. Além do mais, o que vou escrever parte de um ponto de vista, o meu, e ele pode estar redondamente errado. Mas, como o que vale é o debate, vamos lá.

No cenário que se desenha hoje, dificilmente o PSDB perde as eleições em São José dos Campos em 2020.

Mesmo sem ser brilhante, o governo Felício Ramuth tem sido eficiente. As contas estão equacionadas e as áreas mais sensíveis, como a Saúde, tiveram seus rumos corrigidos. Mais: o calendário de entrega de obras está sendo cumprido, pelo menos nos casos da Ponte Estaiada e da Via Cambuí. E ter obras para mostrar faz muita diferença em uma eleição municipal (que o diga Carlinhos Almeida, do PT, que tentou a reeleição sem garrafas vazias para trocar). Tudo isso somado, a balança pesa mais para o lado de Felício, apesar da onda de renovação que varreu as urnas de 2018 e das novas lideranças que entraram em cena, como a deputada estadual Letícia Aguiar (PSL) e a coronel Eliane Nikoluk (PR).

Mas, como política é igual a nuvem (você olha, está de um jeito; olha de novo, mudou tudo) e, insisto, minha bola de cristal é ching-ling, comprada em 10 prestações da 25 de Março, a realidade pode achar outra forma de ser contada.

E daí? Daí, Felício pode sofrer na eleição se:

- o calendário de entrega de obras não for cumprido por algum motivo;
- seu nome for envolvido em algum escândalo político, como uma eventual condenação, mesmo em primeiro instância, no caso da Praia Grande;
- o governo Bolsonaro for um sucesso de público e de crítica, capaz de alavancar candidaturas ligadas ao PSL, levando o espírito de mudança registrado em 2018 para as urnas de 2020;
- a irriquieta Letícia Aguiar se consolide, de fato, como uma liderança expressiva (ela tem trabalhado bastante para isso, é preciso reconhecer) e decida se lançar a prefeita;
- houver uma união das novas lideranças conservadoras (Letícia e Eliane Nikolk, por exemplo), criando um fato novo, capaz de desequilibrar a disputa;
- o PSDB subir no salto alto (um risco);
- o eleitor de São José dos Campos resolver ignorar, por algum motivo, o “efeito Carlinhos”, ou seja, resumidamente, quando o eleitor optou por uma alternative ao PSDB, deu com os burros n’água;
- O PSDB escolher um outro candidato, por motivos diversos, que não se encaixe no perfil pretendido pelo eleitor, repetindo o erro cometido com Alexandre Blanco (o que é, hoje, pouco provável).

Esqueci alguma variante?

Bem, pelo sim, pelo não, esse é o universo que enxergo de hoje a 2020. Ele é cheio de variáveis, mas também cheio de (alguma) lógica. Disse e repito: não sou dono da verdade. Que outras alternativas existem? Minimizei o peso das novas lideranças? Esqueci alguém? O PT pode voltar ao jogo? O PSD de Jorley Amaral e Renata Paiva terá um peso significativo nesse xadrez político? E a Lei de Zoneamento, como se encaixa nesse cenário? Após conquistar mais de 100 mil votos em 2018, qual o impacto do Novo, capitaneado na cidade por Agliberto Chagas, nas eleições municipais? Esse é uma boa pergunta, que só as urnas poderão responder de fato. Bem, quem tiver pitacos a agregar nessa conversa fiada, sinta-se à vontade. Só não vale xingar a mãe. Nem a minha, nem a dos outros.