Uma segunda-feira triste



Esta é uma segunda-feira triste ...

Logo pela manhã, em casa, recebi a notícia da morte da jornalista Deborah Costa, de 42 anos. Secretária de Comunicação da Prefeitura de São José dos Campos no governo Carlinhos Almeida (PT) e com passagens em diversos órgãos da imprensa regional, Deborah foi vítima de câncer severo, que atacou pulmão, mama e fígado. Não éramos próximos (ao contrário, militamos quase sempre em trincheiras bem, bem distintas), mas reconhecia nela uma mulher com inteligência rara, grande capacidade de trabalho e força interior invejável (os amigos a chamavam de guerreira), que permitiu a ela enfrentar o câncer muitas vezes com um sorriso nos lábios, como mostram fotos postadas com frequência nas redes sociais. 
A região perde uma profissional dedicada, cheia de amigos, uma mulher de coragem.

Morte aqui, morte lá ...

No início da tarde, soube da morte do jornalista Ricardo Boechat, uma das vozes mais lúcidas e simples da imprensa brasileira. A morte de Boechat --a quem escutava sempre na Rádio Bandeirantes (era fã, assim como muita gente, de suas conversas com José Simão)-- é uma perda não só para o jornalismo, mas também para o Brasil. Nunca antes precisamos tanto de gente lúcida, independente, focada e com a rara capacidade de entender a confusão que, cada vez mais, nos rodeia. E, melhor ainda, traduzir essa confusão de forma simples, coloquial. Boechat era um profissional dessa estirpe, uma referência na arte de fazer jornalismo de qualidade e na forma alegre, bem brasileira, com que exercia a profissão. Deixa lições e deixa saudades ...

Profissionais que se destacam fazem falta ...

Independente da opinião de cada um deles e do CEP, da posição que tenham atuado no jogo político, do apito que tenham tocado nesse grande circo da comunicação, profissionais que se destacam são raros (bons profissionais, mais raros ainda) e deixam, ao partir, um vazio inconsolável e um gosto amargo, estranho, na alma. Por que tão breves? Precisavam ir tão cedo? Será que temos que perdê-los sempre para melhor valorizá-los? Será mesmo? Espero que não. Nuvens pesadas fecharam o céu de São José dos Campos na hora do enterro de Deborah no Cemitério do Centro, mas não choveu. Vindas do céu, teriam sido lágrimas justas em uma segunda-feira triste.  Às famílias, meus sentimentos sinceros. Mas, a vida é implacável e soberana.

Segue o baile ...










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