O tempo e o vento
Quem
me conhece sabe que eu leio tudo o que cai na minha mão, de bula de remédio a
folheto de missa, de gibi a folheto de propaganda. Em páginas, em tela.
Mas
gosto mesmo é de ler jornais e livros.
Jornais
eu leio de trás para a frente, hábito que adquiri menino, quando meu pai levava
para a casa, na hora do almoço, o antigo “Diário de S. Paulo”. Tinha uma razão:
eu era atraído pelos quadrinhos e pelo Esportes, que ficavam nas últimas
páginas do jornal. Até hoje nunca começo a ler um jornal pela capa.
Agora,
livros são outros 500 ...
Tenho um hábito antigo de ler três livros ao mesmo tempo: um sobre jornalismo, minha área de
atuação profissional, outro sobre história (ou biografias) e um terceiro, sempre um romance, uma obra
literária. Agora, por exemplo, encasquetei de reler Érico Veríssimo e
reencontrei a história de Ana Terra e as aventuras do Capitão Rodrigo,
personagens que integram a primeira parte da trilogia de “O Tempo e o Vento”, amigos que conheci ainda na minha adolescência.
São romances de formação. Relê-los é reencontrar velhos conhecidos,
alguns amigos queridos, outros nem tanto. Uns terceiros, perigosos, tipos nocivos, daqueles que se deve evitar. Outro dia me
perguntaram por quê reler livros. "Você esqueceu a história?", era a pergunta complementar. Ora, livros mudam com o tempo, assim como
mudamos nós mesmos. Ler um livro aos 15 é diferente de ler a mesma obra aos 40, 50.
Detalhes se sobressaem, personagens ganham relevo, sentidos mudam, assim como
mudam as frases, as palavras, até os acentos.
Reler é aprender sobre nós mesmos e constatar o quanto mudamos ...
Quando for ler livros de poesia eu sugiro: Breve Histórias de Estradas e Partidas, Pra não chover nos ombros do meu amor, Amores e outros retalhos e também Salada de Alcachofras... Boa leitura!
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