Malabares do voto

Pode isso, Arnaldo?

No ano passado, o governo Felício Ramuth (PSDB) arrumou uma briga braba ao aprovar na Câmara uma lei retirando malabares e artistas de rua dos semáforos e cruzamentos da cidade, alegando que eles representavam um risco para os motoristas. Agora, um ano depois, com a campanha eleitoral, os cruzamentos e semáforos foram tomados por cabos eleitores, muitos deles do PSDB, muitos deles assessores de confiança do governo Felício Ramuth, que entregam santinhos e tremulam bandeiras tão logo termina o expediente de serviço. Fica a pergunta que não quer calar: malabar não pode, mas cabo eleitoral tucano pode? Coerência é isso. O que vale para uns não vale para outros (ou para os nossos).

Até parece que o PSDB queria só evitar a concorrência nos semáforos e fazer reserva de espaço público. Estranho isso ...

Antes que algum tucano atravessado venha argumentar que eu sou contra o debate político, a livre exposição das ideias e a pregação da democracia, já vou avisando: alto lá. Não sou contra nada disso. Fui e sou crítico da Lei dos Malabares, transformada em pedra de toque da administração pública, como se a retirada dos artistas nos semáforos fosse a salvação da lavoura para o problema da violência e da segurança no trânsito de São José dos Campos. A Lei dos Malabares foi uma medida oportunista do governo, sem nexo de causa e efeito, apresentada para fazer marola junto a opinião pública. De séria, essa lei não tem nada. É só mais uma lei inútil a ir para a lata do lixo do entulho legal que entope a cidade, o Estado e o país. Na hora agá, quando a porca torce o rabo, a coerência escorre pelo ralo.

E segue o baile ...





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