Aécio descendo a ladeira

Aécio Neves: Quem? Eu:

A derrota de  Aécio Neves por 5 a 0 segundo a sempre atenta newsletter "Meio", do jornalista Pedro Doria:

Foram 5 votos a 0: o senador tucano Aécio Neves é oficialmente réu no primeiro dos nove inquéritos que correm contra ele no Supremo Tribunal Federal. Ele foi acusado em junho pelo Ministério Público de pedir propina no valor de R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, dono da J&F. A Primeria Turma decidiu ainda que sua irmã, Andréa Neves, o primo Frederico Pacheco, e o ex-assessor parlamentar Mendherson Souza Lima também devem ser julgados. Andréa teria também pedido o dinheiro e, os outros dois, teriam recebido e guardado as parcelas semanais de R$ 500 mil. Aécio também é réu por Obstrução de Justiça — neste caso, a decisão foi de 4 a 1, com voto contrário de Alexandre de Moraes. Os ministros consideraram que a articulação do mineiro para mudar delegados na Polícia Federal pode ser considerada uma maneira de interferir na investigação.

Agora que é réu, o Supremo pode pedir novamente o afastamento de Aécio de sua atividade parlamentar. O Senado, porém, terá de aceitar formalmente o pedido. Ele não está inelegível: pode ser candidato. O prazo aberto agora é para coleta de provas, testemunhas serão então ouvidas, depois os réus do processo interrogados. É só no final deste ciclo que os ministros decidem quem é culpado ou não.

Igor Gielow, na Folha: “A única saída para o PSDB minimizar o impacto da transformação de seu presidenciável de 2014 em réu seria o desligamento do senador Aécio Neves do partido. Como a chance de isso ocorrer é remota, restará uma tentativa de redução de danos que poucos membros da cúpula consideram viável a essa altura do campeonato. Para complicar, a bola cai duplamente no pé de Alckmin. Além de ser o presidenciável tucano da vez, preside o PSDB. Logo, a cobrança pela posição da sigla em relação à sua enrolada ex-estrela será feita tanto ao pré-candidato quanto ao líder nacional da legenda.” 

Diego Escosteguy, no Globo: “Aécio está para o PSDB como Lula está para o PT, política (dentro, para aliados) e simbolicamente (fora, para a população). Ambos, embora alvejados por múltiplos processos, exercem forte influência em seus partidos. (Lula bem mais, ressalte-se.) Ambos usaram e usam seu poder para manter suas legendas ancoradas no atraso. No atraso do pragmatismo fisiológico. No atraso das alianças a qualquer custo — do acúmulo de poder a qualquer custo.” 

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