Um ano diferente em Taubaté


por Julio Codazzi

O ano que se inicia será diferente em Taubaté?

No que depender dos últimos acontecimentos no cenário político da cidade, é possível afirmar que sim.

Pelos lados do Bom Conselho, a mudança terá que se dar, pelo menos, no discurso. Desde janeiro de 2015, quando enviou à Câmara o projeto que pedia autorização para assinar o empréstimo com o CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina), o governo Ortiz Junior (PSDB) passou a repetir um mantra.

No início, o pacote era pequeno. Quando vai sair a duplicação da Estrada do Barreiro? "Depende da assinatura do empréstimo do CAF", dizia a gestão tucana. E o prolongamento da Estrada do Pinhão? "Depende da assinatura do empréstimo do CAF", repetia.
Depois, tudo que era importante para a cidade ganhou o 'carimbo do CAF'. Duplicação do viaduto do Cidade Jardim? Também passou a depender do empréstimo. Obras antienchentes? Idem.

O empréstimo, enfim, foi assinado em dezembro. A partir desse ano, a prefeitura receberá quase R$ 200 milhões. Dinheiro não irá faltar. Então, ou as obras saem ou Ortiz terá que arrumar outra desculpa.

Do lado da Câmara, a mudança deverá ser de postura. Quem acompanhou as sessões dos últimos anos viu que os vereadores se 'especializaram' em duas coisas: dar nomes a ruas e aprovar projetos inconstitucionais.

No fim de 2017, ações da Promotoria ensinaram aos parlamentares que eles não podem fazer nada disso. Levantamento feito pelo jornal mostrou que essa nova visão compromete 75% dos projetos apresentados no ano passado.

Sem poder legislar sobre os dois assuntos preferidos, os vereadores terão que repensar a atuação. A melhor opção seria assumir uma função que hoje é negligenciada pela maioria ali: fiscalizar. Mas é difícil esperar isso de um Legislativo tão alinhado com a prefeitura.

O ano que se inicia será diferente em Taubaté? Acho que sim. Isso será bom? Não sei, depende dos nossos políticos. E, há anos, confiar neles não tem sido um bom negócio.

O jornalista Julio Codazzi é editor-executivo do jornal "O Vale", onde este artigo foi publicado originalmente

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