Tudo em família ...


por Julio Codazzi

Ligada à Prefeitura de São José dos Campos, a Urbam tem 68 cargos comissionados de assessor. Sim, todo esse 'cabidão' está em uma empresa que presta serviços como obras e limpeza urbana.

Um desses cargos, com bom salário, caiu no colo da esposa de Edsson Chacrinha, chefe de gabinete e braço direito do prefeito de Taubaté, Ortiz Junior (PSDB). Foi contratada apenas um mês após a posse de Felicio Ramuth (PSDB).

Antes de passar pela Urbam, a esposa de Chacrinha já havia atuado no gabinete do atual presidente da Câmara de Taubaté, Diego Fonseca (PSDB), e do deputado estadual Helio Nishimoto (PSDB).

Sabe onde trabalha hoje o irmão gêmeo de Diego? Justamente no gabinete de Nishimoto. E não é só ele. O deputado também dá emprego a outros três indicados de São José: o irmão do presidente da Câmara, Juvenil Silvério (PSDB), a mulher do secretário de Governança, Anderson Farias Ferreira (PSDB), e o irmão da secretária de Apoio ao Cidadão, Edna Tralli.

O deputado federal Eduardo Cury (PSDB) abriga em seu gabinete irmãos dos prefeitos de Taubaté, Ortiz Junior, e de Jacareí, Izaías Santana (PSDB).

Ortiz manteve até agosto de 2016 na prefeitura a cunhada do deputado estadual Padre Afonso (PV). Ela foi exonerada assim que o parlamentar traiu o tucano e decidiu apoiar a candidatura de Pollyana Gama (PPS) ao Paço.

A cunhada do deputado ficou sem emprego? Claro que não. Foi parar no gabinete de Pollyana, que perdeu a eleição para a prefeitura, mas assumiu uma cadeira na Câmara dos Deputados, em Brasília.

Essa troca de favores lamentável não ocorre apenas na região e não é prática comum somente de um partido. É só mais um exemplo de como a política, em todo o país, se tornou um projeto de vida, de poder, e de busca por 'boquinhas' para nossos representantes e para os parentes deles.

Assim, camuflando o nepotismo, nossos políticos deixam claro por que não ligam se você, trabalhador comum, perde algum direito ou o emprego. O deles -- e da família toda - está garantido.

O jornalista Julio Codazzi é editor-executivo do jornal "O Vale", onde este artigo foi publicado originalmente

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