Os alckmistas estão chegando?

Geraldo Alckmim

Da sempre atenta newsletter "Meio", do jornalista Pedro Doria:

Perante a possibilidade que se abria de Tasso Jereissati perder a presidência do PSDB e dado o racha que se instalava no partido por conta de sua disputa com o governador goiano Marconi Perillo, decidiu-se por um terceiro. O provável candidato à presidência da República, Geraldo Alckmin, deve suceder a Aécio Neves no comando da legenda. A solução não agradouninguém, no Planalto — aecistas e o governo contavam vencer com Perillo, assumindo o tucanato. 

O PSDB vai publicar hoje o documento Gente em primeiro lugar: o Brasil que queremos. É seu manifesto para a eleição de 2018. Segundo Igor Gielow, da "Folha de S. Paulo", o tom é liberal temperado com ponderações sociais, inclinando-se à centro-esquerda. Propõe avançar com as reformas, cortar ministérios, instituir avaliação do funcionalismo público, diminuir privilégios, defende privatizações e concessões. Considera que a pauta da sustentabilidade é a fonte de poder externo para o Brasil e cobra uma reforma tributária que siga princípios de justiça fiscal. “O livre mercado por si não é capaz de assegurar a distribuição mais equânime das riquezas produzidas e, assim, superar as desigualdades e a pobreza”, afirma o documento de 14 páginas.

Flávio Freire: “Primeiro, o governador paulista se viu diante de um afilhado político que parecia disputar o cobiçado posto de presidenciável. Mas o prefeito João Doria parece não figurar mais como obstáculo. Ao anunciar que não pretende disputar a sucessão, o apresentador Luciano Huck ajuda a pavimentar um caminho menos esburacado para Alckmin, que precisará de apoio na fatia do eleitorado mais centrista. Com Doria e Huck aparentemente fora do páreo, ele parecia não precisar de mais nada, até que a cúpula do PSDB passa a enxergar nele o nome ideal para tentar acabar com a cizânia que se estabeleceu no partido. Alckmin ganha palanque importante e estratégico em período pré-eleitoral. Terá à sua disposição tempo e recursos que seus eventuais adversários não dispõem. Ele, de fato, é obcecado com a ideia de disputar o Palácio do Planalto. Resta saber até quando o vento soprará a seu favor uma vez que seu nome aparece em investigação no STJ a partir de delações da Odebrecht. Alckmin nega envolvimento no esquema da empreiteira. Mas terá, lá na frente, que convencer no mínimo 40 milhões de eleitores de que é mais do que alguém apenas empurrado pela maré.”

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