Para inglês ver?


Entra em vigor amanhã a chamada "Lei dos Malabares", que tanta polêmica vem causando aqui e ali em São José dos Campos ...

De uma vez por todas, para que não haja dúvida: na minha opinião, a ofensiva para retirada dos artistas de rua das áreas de semáforo da cidade é uma grande bobagem cometida pelo governo Felício Ramuth (PSDB). Com tantas urgências a serem enfrentadas na cidade, a administração pública, no embalo da Câmara, resolveu desocupar os semáforos e faixas de pedestres. Sobrou para os chamados malabares. Fica a pergunta: o que fazer com os vendedores de bala, de pano de prato (5 panos por R$ 10, segundo a última cotação) e de biscoito, com os mendigos, com os "craqueiros" e outros tantos que gravitam pelo mesmo espaço urbano, a faixa de asfalto entre os carros e os semáforos? Bem, isso foi transformado em um detalhe.

Para compensar o cerco aos malabares, a Fundação Cultural Cassiano Ricardo resolveu enquadrar todos em um edital publicado dias atrás, prometendo pagar R$ 30 por intervenção artística. Nova polêmica. É pouco? É muito? Em entrevista à Cultural FM, Felício disse que acha muito, mas parece que os artistas discordam ...

A Lei dos Malabares é um tiro n'água sem tamanho.

Ela é herança direta da tradição brasileira de achar que qualquer problema pode ser resolvido por meio de uma lei. Exemplos não faltam. A Constituição Cidadã, por exemplo, ditava que a taxa de juros no país não poderia superar 12% ao ano, como se a oscilação da taxa de juros pudesse ser fixada em Carta Magna. Aqui, o buraco é mais em baixo. As faixa de pedestre dos semáforos ficam cheias de gente --malabares ou não-- de acordo com a gravidade da crise. Simples assim. Os adeptos da medida apelam para a segurança para dar crédito à Lei dos Malabares, segurança dos motoristas e segurança dos próprios malabares. Aí é caso de perguntar: qual o índice de acidentes causados, direta ou indiretamente, pela presença dos malabares nos semáforos? Mais: a prefeitura vai deslocar equipes de fiscais para vigiar os semáforos e banir os malabares infratores? Bem, aí é uma questão de prioridade. Feliz é a cidade que pode gastar paciência, tempo e dinheiro com uma lei inócua e com essa finalidade ...

Será uma lei para inglês ver?





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