Jabutis, gatos e gatunos
Tem gente batendo bumbo e festejando a aprovação pela Câmara de São José dos Campos do projeto de lei complementar que trata do zoneamento de 26 áreas da cidade que estavam sem regras de urbanismo desde 2015.
Não é para menos, o fato é extremamente positivo.
Afinal, o projeto 10/2017 é benéfico para a cidade, fechando um ciclo, como bem apontou Daniel Mello em seu blog, iniciado em 2010.
Afinal, o projeto 10/2017 é benéfico para a cidade, fechando um ciclo, como bem apontou Daniel Mello em seu blog, iniciado em 2010.
Mas antes de engrossar o coro dos contentes e vira a página
de vez, mirando as discussões em torno de um novo Plano Diretor e de uma nova
Lei de Zoneamento para julho de 2018, é preciso olhar com mais atenção todo esse
processo, processo que deixou São José dos Campos com uma legislação de
urbanismo tal qual um queijo suíço, cheia de buracos. Sem essa análise, São
José dos Campos corre o risco de repetir os mesmos erros que nos trouxeram até
aqui.
A Lei de Zoneamento de 2010, encaminhada à Câmara pelo então
prefeito Eduardo Cury (PSDB), sofreu no Legislativo um ato de barbárie, com a inclusão
das chamadas emendas secretas, “jabutis” colocados no projeto na calada da
noite, sem a divulgação de seu teor à sociedade. Qual a intenção? Beneficiar "amigos". Foi contra essa manobra canhestra que o Ministério Público se
insurgiu, propondo uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade). Com base
nela, o Tribunal de Justiça do Estado determinou a nulidade dos artigos da Lei
de Zoneamento, gerados a partir dos “jabutis” das emendas secretas.
O efeito dos “jabutis” está por aí.
Edificações foram erguidas em área de zoneamento duvidoso e não serão derrubadas
mais. Pior, o maior estrago foi outro: a esperteza de alguns vereadores, que teimaram em colocar o "jabuti" em cima da árvore, teve um
efeito danoso no mercado da construção civil, um mercado extremamente importante para a
economia da cidade.
O governo Carlinhos Almeida (PT), bem ou mal, tentou
corrigir essa situação, mas não teve articulação política capaz de garantir
apoio na Câmara, de novo ela, para isso. É positivo, pois, que o governo Felício
Ramuth (PSDB) tenha conseguido.
Mas fica o alerta: se a cidade vai começar a debater o
projeto de um novo Plano Diretor e de
uma nova Lei de Zoneamento, ambos extremamente necessários, é preciso estarmos, todos, atentos e fortes, como reza a letra de Caetano Veloso em “Divino e Maravilhoso”. A cidade precisa de vetores de crescimento e regras de zoneamento claras que permitam segurança aos investidores (responsáveis pela geração de riqueza e empregos) e qualidade de vida para os cidadãos. Para isso, é preciso evitar “jabutis” e outros bichos, fauna oportunista que costuma ser oferecida como facilidade após a criação de dificuldades sem pé nem cabeça.
uma nova Lei de Zoneamento, ambos extremamente necessários, é preciso estarmos, todos, atentos e fortes, como reza a letra de Caetano Veloso em “Divino e Maravilhoso”. A cidade precisa de vetores de crescimento e regras de zoneamento claras que permitam segurança aos investidores (responsáveis pela geração de riqueza e empregos) e qualidade de vida para os cidadãos. Para isso, é preciso evitar “jabutis” e outros bichos, fauna oportunista que costuma ser oferecida como facilidade após a criação de dificuldades sem pé nem cabeça.
Colocado o guiso no pescoço dos gatos,
segue o jogo ...
Comentários
Postar um comentário