Carlinhos vai falar!


Carlinhos com novo visual

Um fato sempre tem, no mínimo, dois lados. E é preciso conhecer ambos para tentar chegar próximo da história inteira.

Essa lição simples do Jornalismo me levou a pedir, com alguma insistência, uma entrevista com o ex-prefeito Carlinhos Almeida (PT), cujo governo, derrotado nas urnas, vem sofrendo, pouco a pouco, um desmonte quase que completo de seus projetos e valores. Ele, finalmente, concordou. Conversamos durante mais de 50 minutos na sexta-feira passada no Brasileirinho & Cia, um café agradável no Centro Comercial do Aquárius, a poucos metros da agência da Caixa Federal aonde Carlinhos voltou a trabalhar como bancário. Tomamos cada um dois cafés, com a conta somando R$ 14. Foi uma conversa franca, sobre temas espinhosos para Carlinhos, da perda de seus direitos políticos à citação de seu nome na Lava-Jato, da derrota eleitoral acachapante ao desmonte dos projetos e valores de seu governo. Ele não fugiu de assunto algum, embora, às vezes, demonstrasse alguma contrariedade, tamborilando com os dedos no tampo da mesa do café. Algumas vezes coçou o cavanhaque que vem cultivando desde que deixou a prefeitura.

A entrevista será publicada em três partes, para facilitar a leitura.

A primeira parte abrange a derrota eleitoral, as falhas de seu governo e o desmanche sofrido pela sua gestão nos últimos meses. A segunda, sobre as “pedras no sapato”: o caso dos kits escolares, a perda dos direitos políticos e a citação na Lava-Jato. A terceira vai explorar o futuro político de Carlinhos e sua nova rotina, de bancário e de “fazendeiro do asfalto”, com o ex-prefeito falando da horta que mantém nos fundos de sua casa, no Jardim Esplanada, local onde tem, segundo ele, passado bastante tempo.

Carlinhos e eu nos conhecemos desde os anos 80, quando ele era uma jovem promessa de renovação da política de São José dos Campos. Como jornalista, acompanhei seu trabalho como vereador, presidente da Câmara, deputado estadual, presidente da Assembléia Legislativa do Estado, deputado federal e prefeito. Nunca fomos amigos, mas mantivemos, ao longo do tempo, uma relação profissional salutar entre político e jornalista. Durante sua gestão à frente da prefeitura, fui um crítico de primeira hora do governo. Em razão do teor do noticiário do jornal que eu editava à época, o governo reduziu a quase zero a verba de publicidade destinada ao veículo. A alegação sempre foi técnica, embora “O Vale” fosse à época, como ainda é, o principal jornal da cidade. Mas isso são águas passadas e esse tema não foi abordado na entrevista, que transcorreu de forma cordial, como sempre foram minhas conversas e entrevistas com Carlinhos.

Agradeço a ele pela conversa.
Daqui a pouco vai estar no blog "dois:pontos" a primeira parte da entrevista.
Boa leitura.

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