Casa Grande & Senzala
Capitanias Hereditárias |
Triste, mas necessário: o brasileiro está divorciado dos
políticos.
Por culpa deles.
Por culpa deles.
Nunca antes na história desse país isso foi tão real. O Brasil está indo para um lado, os políticos, para outro. Como no clássico de Luigi Pirandello, “Seis Personagens em Busca de um Autor”, a classe política vaga no palco vazio em busca de salvação ou de, pelo menos, alguma luz no fim do túnel. De Luiz Inácio Lula da Silva a Aécio Neves, de Michel Temer a Dilma Rousseff, de José Serra a Renan Calheiros e Gleisi Hoffmann, a Narizinho Arrebitado deste Reino das Águas Turvas, todos são farinha do mesmo saco. Uma farinha fétida, mofada, tomada por carunchos, que empurra o país para o atraso, para o século 19, para a casa grande e senzala. Não dá mais para levar nenhum deles a sério. Pior: a lista não para aí e desce aos Estados, Assembléias, prefeituras e Câmaras. O sistema político faliu. E não há nada para colocar em seu lugar.
Repito, é triste.
Nas últimas vezes em que vivemos momentos assim, a solução foi drástica. A
busca por salvadores da pátria desembocou uma vez no Golpe de 64, outra em
Fernando Collor. Mas não é isso que parte da sociedade busca hoje, um salvador
da pátria? As opções são lamentáveis, de Jair Bolsonaro a João Doria, dublê de
prefeito, marqueteiro, gari ou qualquer outro disfarce que renda likes e
flashes. Outros sonham com a volta de Lula. É a estratégia do quanto pior,
melhor. Mas melhor para quem?
Só para os espertalhões ...
A greve de sexta foi um exemplo disso. Pneus em chamas bloqueando o direito de
ir e vir, cartas ameaçadoras enviadas a escolas, o livre e legítimo direito de
manifestação, a insatisfação do brasileiro, tudo, de errado e de certo, se
misturou na greve e serviu de palco para os radicais, de esquerda e de direita.
De positivo, a manifestação de muita gente contra as reformas, que, diga-se de
passagem, são necessárias, mas estão sendo encaminhadas no afogadilho, no
melhor estilo nós contra eles (herança do PT), que tanto mal fez ao país nos
últimos anos.
Triste, é o Brasil de hoje.
Mas acredite, sair dessa não depende de nenhum
salvador da pátria.
Este artigo foi publicado originalmente na edição deste final de semana do jornal "O Vale"
“Não podemos perder o foco do que vivemos hoje no Brasil, que não é o auge da sujeira, mas começo da limpeza”. Mario Sérgio Cortella (Debate no Jornal da Cultura – dia 09/03/2016) - Mesmo porque o auge da sujeira foi em 1500 quando roubaram o pais inteiro..... Agora estamos recuperando, mesmo que lentamente.....
ResponderExcluir