Ao infinito e além

Confusão no Quadrante Gama

Estacionado no Quadrante Gama, Setor 4, Buzz Lightyear não sabe que é um boneco de plástico. Seu laser não passa de luzinha vermelha e seu comunicador é um adesivo.

Mesmo assim, ele vai em frente ...
Em sua crença, ele é um patrulheiro do espaço, a serviço da Aliança Intergaláctica, com a missão de defender o Universo. Uma frase, que repete, repete e repete, dá a exata dimensão de seu sonho: ao infinito e além. Ela mostra crença e desafio, o inconformismo, de ter uma meta e, ao chegar lá, continuar ampliando fronteiras e horizontes.

É uma frase e tanto.
Não é a toa que foi apontada como a frase preferida dos amantes de cinema em pesquisa feita pela Rádio Times, superando frases famosas, do “Bond, James Bond” ao “I’ll be Back”, do Exterminador do Futuro.

Buzz não é paralisado por suas limitações, enxerga coisas que só ele consegue ver ...
Muitas vezes, essa é a atitude ideal do gestor público frente a tempos bicudos como esse. Não, não viver em um mundo de faz-de-conta. Mas enxergar além.
Sem um pingo de ironia e falando sério, essa é a tarefa que se espera do prefeito Felício Ramuth (PSDB) e do seu trio de ferro --formado por Anderson Farias, José de Mello Corrêa e Alberto Mano Marques. Agora é a hora de apertar o cinto, cortas gastos e ajustar a Prefeitura de São José para suportar a crise. É a realidade. Mas sem perder o foco de que a cidade precisa mais, precisa de novos horizontes e novas fronteiras.

Nos anos 80, quando Robson Marinho assumiu a prefeitura, o governador Franco Montoro ofereceu para São José a oportunidade de abrigar um projeto pioneiro, uma espécie de incubadora de empresas de tecnologia. Simplista, Robson rejeitou a oferta. Segundo ele, São José não precisava de mais empresas após o “boom” da década de 70, quando a cidade virou a Eldorado Brasileira; São José precisava, sim, de verba para ampliar a rede de abastecimento de água e esgoto, como se uma coisa excluísse a outra. Bem, pelo sim, pelo não, o projeto de Montoro acabou indo para São Carlos, que, até hoje, agradece pelo presente.
E São José teve que esperar anos e anos até a criação do Parque Tecnológico, na primeira gestão de Eduardo Cury (PSDB).

Resumo da ópera: além dos problemas, é preciso mirar nas soluções.

Até aqui, o governo está focado em fechar torneiras, identificar desafetos, nomear, gradativamente, aliados. É o passo-a-passo da máquina. Mas Felício sabe que só isso não basta. Não dá para prolongar a lua de mel com o eleitor postando lives no facebook ad eternum. Sua equipe pode mais do que isso. São José não pode passar mais quatro anos estacionada no Quadrante Gama, Setor 4, sem plano de voo, como ficou, em parte, na gestão Carlinhos Almeida (PT).

Está chegando a hora de abrir a caixa de ferramentas e mostrar que o governo tem garrafa vazia para trocar ...


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