Senta que lá vem história ...


Capa do "Metro": simples e direta

A bela capa da edição de hoje do jornal "Metro", editado com maestria e sensibilidade por Luiz Rivoiro, me lembrou de uma episódio curioso ...

Bem, senta que lá vem história ...

Estava no "ValeParaibano" no final dos anos 90 quando me deparei com uma sensação incômoda: o jornal vinha noticiando a morte de diversas pessoas importantes para a região, que, em vida, mereciam ter tido um destaque, um reconhecimento maior seja por parte da imprensa, seja por parte da sociedade. Porque só a morte nos faz importantes? Expus essa sensação a um grupo de jornalistas da Redação e criamos uma página especial, batizada de "Gente", que passou a publicar um perfil semanal de uma personalidade da região que tivesse feito ou ainda fizesse, realmente, a diferença. O primeiro perfil foi de Altino Bondesan, o principal cronista das transformações sofridas por São José dos Campos ao longo dos anos. Escrito por Paulo Bicarato, o perfil de Altino teve um texto lindo e fotos ainda mais lindas, nas quais o cronista (também advogado e tantas outras coisas mais) brincava e fazia caretas para a câmera, à vontade dentro da liberdade dada pelos seus oitenta e poucos anos. No título, estampamos: Senhor São José. Anos mais tarde, quando da morte de Altino, o "Senhor São José" passou a ser associado diretamente a ele, como um título, uma honraria, concedia pela cidade a seu maior cronista. E a foto de Altino olhando para a câmera do repórter-fotográfico Pedro Ivo Prates através de uma lente de aumento ainda é reproduzida aqui e acolá.

Jornalismo se faz de grande coberturas, furos, reportagens e entrevistas especiais. Mas também se faz de pequenos achados, um título bem feito, uma imagem que surpreenda, a simplicidade de uma capa que externe toda emoção da notícia. Nesse instante, jornalismo é pura ourivesaria, é encontrar, no carvão, o diamante.

Segue o baile ...





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