Todos os gatos são pardos?

Lola

Eu tenho que confessar uma coisa: nunca gostei muito de gatos ...

Antes que algum defensor dos animais me classifique como insensível, explico: não era aversão, nem antipatia ou qualquer coisa que o valha, mas, sim, pura falta de tempo, sei lá, de convivência. Antes que isso faça de mim um ser estranho neste mundo politicamente correto, acrescento que não maltrato animais e não gosto de quem maltrata. Mas, gatos? Bem, para mim, eram seres distantes.

Até que ...
Bem, há mais ou menos um ano, meu filho caçula, Felipe, disse, de bate-pronto, que estava pensando em ter um gato em casa.

Eu pensei: gato? Como moramos em um apartamento e eu trabalho o dia todo fora, tentei reunir alguns argumentos racionais para demovê-lo da ideia. Não adiantou. O gato era um filhote cuja mãe morrera envenenada e deixara uma ninhada ainda não desmamada na casa de uma amiga. Confesso que a história mexeu comigo. Mas, avisei Felipe: o gato vem para casa, mas quem cuida é você; eu, no máximo, compro comida, se necessário. Como você pode imaginar, leitor, essa pose não resistiu muito.

Lola chegou em casa cabendo na palma da minha mão.
Difícil resistir a um bichinho desses ...

Em menos de uma semana, estávamos, eu e ela, rolando pelo chão. Cansada, ela dormia na minha barriga ou, caprichosamente, sobre a página do livro que eu estava lendo. Brincalhona, se perdia nos cordões dos meus sapatos. Foi rendição incondicional. Depois de observar algum tempo, meu filho fez a pergunta, direta e mortal: “Ué, você não disse que ia ignorar a gata?”

Hoje, um ano depois, admito, Lola é a dona do pedaço.
O apartamento, que nunca teve grade nas janelas quando Felipe era pequeno, ganhou redes para evitar que a gata caia no jardim do prédio. Brinquedos e coisas estranhas ficam espalhados em pontos estratégicos da casa para a gata brincar. Enfeites foram retirados para evitar desastres. Do nada, Felipe virou especialista em gatos. Sabe coisas que eu nem imagino. Bem, eu não sou especialista em nada, só usufruo dos momentos ao lado de Lola, um bicho curioso, com personalidade, brincalhão, capaz de saltos improváveis e de dormir horas e horas.

Na semana passada, Lola completou um ano de vida. 
Tecnicamente é um gato júnior, com idade proporcional a um adolescente de 15 anos. Bem, isso é o que dizem os veterinários. Não sei ao certo. Hoje é difícil imaginar a casa sem ela. Eu que, confesso, nunca gostei muito de gatos antes, fui seduzido pela convivência com um deles. E, cá entre nós, acho que acabamos todos, eu, Felipe, Letícia, minha mulher, Vera e todos os que frequentam a casa virando pets do bicho. Será?

Comentários

  1. Na minha casa não foi com gato, mas também passo pelo mesmo. No nosso caso, estou falando da Alaska, nossa cadelinha de dois anos. Eu que não queria e resisti por muitos anos agora posso ser visto brincando de esconder ou mesmo tomando umas lambidas na orelha. Será que tamo ficando velho, meu amigo rsss. Forte abraço para vocês e para a Lola!!!

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  2. Lola agradece o abraço, Enio.
    será que é efeito da idade? pode até ser ...

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