Capota, mas não breca ...

Nóis capota, mas num breca ...

Essa novela em torno do BRT tira o sono de muita gente em São José dos Campos ...

Enquanto o governo Felicio Ramuth (PSDB) estuda a hipótese de descartar os dois projetos básicos do modal, elaborados na gestão do ex-prefeito Carlinhos Almeida (PT), muita gente do próprio PSDB torce para que a nova administração resolva tirar do armário alguns esqueletos que poderiam assustar a oposição.

Mas o foco do governo é devolver o projeto do BRT aos trilhos, contratando uma nova empresa para desenvolver um terceiro projeto.

Os dois estudos realizados no governo do PT custaram R$ 22,9 milhões.
Segundo reportagem do sempre atento João Paulo Sardinha, publicada no jornal "O Vale", o primeiro, iniciado em 2015, foi desenvolvido pela Fusp (Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo) por R$ 12 milhões. O arquiteto Ruy Ohtake fez o projeto arquitetônico do BRT no município. Em 2016, 
o governo contratou a FAI (Fundação de Apoio Institucional), ligada à UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), para analisar a expansão em 11 quilômetros dos corredores nas regiões leste e sudeste. O valor acertado com a instituição foi R$ 10,9 milhões.

O novo modal de transporte terá financiamento de R$ 800 milhões pela Caixa.
Outros R$ 40 milhões corresponderiam à contrapartida da Prefeitura de São José. O segundo projeto, desenvolvido pela FAI no ano passado, prevê a construção de 62 quilômetros de corredores.
E está nele parte dos esqueletos ...
A dúvida está na contratação da Universidade de São Carlos.
Antes mesmo da licitação chegar ao fim, já existia na UFSCar um grupo de professores escalados para o trabalho. Alguns sem relação alguma com a área. A denúncia, feita à época por servidores municipais, caiu no esquecimento. Nessa onda de desconstrução da imagem de Carlinhos, muita gente quer trazer o tema à baila ...
E segue o circo ...

Comentários

  1. Na minha opinião, a troca do projeto do VLT pelo do BRT foi o maior erro da gestão do PT, ainda que logicamente não o único. As verbas já estavam garantidas pelo Governo Federal, mas o Carlinhos optou pelo BRT por julgar que, com o início da construção do VLT na Andrômeda e os transtornos das obras se estendendo até a eleição em 2016, acabaria não sendo reeleito. Afinal, a memória é curta e o povo vota com o estômago, não com o cerébro. Graças à crise da burguesia (já que o resto do povo está em crise permanente há 500 anos) e à consequente farsa do impeachment, acabou não sendo reeleito mesmo assim. E o projeto do VLT, que poderia transformar nossa cidade em um exemplo de uma sociedade que olha para o futuro, ficou só na vontade. Bem-feito para o Carlinhos, que pagou pela falta de coragem. Péssimo para nós - o BRT vai deixar a cidade mais feia, mais poluída, mais barulhenta, mais segregada e com mais violência no trânsito e fora dele. Sem falar que não vai resolver o problema para o qual foi criado - assim como toda nova linha e estação de metrô de São Paulo, o BRT de São José vai ser inaugurado já com demanda saturada e necessidade de expansão. Há milhares de estudos científicos que comprovam o que estou falando. Mas em uma cidade que metade da população aplaude quando um motorista atropela manifestantes a pé, não adianta muito tentar dialogar. Ninguém aqui quer abrir mão do conforto e da segurança de seu carrinho individual, para ser obrigado a conviver com outras pessoas (o horror!) no transporte público. Afinal, pegar busão, bondinho, trem ou ir trabalhar de bike é coisa de pobre ou comunista, coomo aqueles em Leipzig, na Alemanha (que tem a metade da população de São José, mas a malha de VLT mais longa daquele país); Bordeaux, na França; ou Barcelona, na Espanha. Em Santos e no Rio as pessoas já estão aprovando as vantagens do VLT, mas o lobby das montadoras nunca vai deixar a ideia vingar aqui no Vale.

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    1. Permita-me oferecer um contraponto, Breno. Mas em termos eleitorais o VLT seria muito mais interessante para o Carlinhos, pois a previsão era de pouco mais de 2 anos de obra, garantindo uma bonita vitrine na eleição do ano passado. Mas não seria responsável, porque o valor disponibilizado à cidade (800 milhões) era suficiente apenas para fazer o Centro da cidade e uma transposição da Dutra, encerrando no Vale Sul (confira neste link o mapa https://goo.gl/s4wGvp). Os cálculos de sustentabilidade do VLT demonstraram que seu avanço para outras regiões não poderiam ser custeadas pela própria operação, nem que se cobrasse uma tarifa enorme, e teria certamente a sina do eterno Metrô de Salvador, que passou décadas praticamente ligando nada a lugar algum. Mudando o modal para BRT, os mesmo 800 milhões de reais permitem alcançar toda a cidade (confira aqui o mapa aproximado, a versão final tem 62km https://goo.gl/LEqV0i). Claro que VLT é mais bonito, mas não integraria a cidade num transporte rápido e eficiente, limitando-se à região Central. No futuro, até que seria legal substituir os trechos centrais do BRT por VLT. Mas aí são outros 500, ou melhor, outros 800 (milhões)

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  2. REPUBLICANDO CORRIGIDO: "Permita-me oferecer um contraponto, Breno. Mas em termos eleitorais o VLT seria muito mais interessante para o Carlinhos, pois a previsão era de pouco mais de 2 anos de obra, garantindo uma bonita vitrine na eleição do ano passado. Mas não seria responsável, porque o valor disponibilizado à cidade (R$ 800 milhões) era suficiente apenas para alcançar o Centro da cidade e uma única transposição da Dutra, encerrando o trajeto no Shopping Vale Sul (confira neste link o mapa https://goo.gl/s4wGvp). Os cálculos de sustentabilidade do VLT demonstraram que extensões dos trilhos para outras regiões não poderiam ser custeadas pela própria operação, nem que se cobrasse uma tarifa enorme, e teria certamente a sina do eterno Metrô de Salvador, que passou décadas praticamente ligando nada a lugar algum. Mudando o modal para BRT, os mesmos 800 milhões de reais permitem alcançar toda a cidade (confira aqui o mapa aproximado, a versão final tem 62km https://goo.gl/LEqV0i). Claro que o VLT é mais bonito, mas não integraria a cidade num transporte rápido e eficiente, limitando-se à região Central. No futuro, até que seria legal substituir os trechos centrais do BRT por VLT. Mas aí são outros 500, ou melhor, outros 800 (milhões)"

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  3. esse debate precisa ser cada vez mais aprofundado.
    os dois comentários contêm informações importantes relevantes sobre o tema

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  4. esse debate precisa ser cada vez mais aprofundado.
    os dois comentários contêm informações importantes relevantes sobre o tema

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