Vai ter greve geral?


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CUT, Força Sindical e outras centrais tentarão puxar, na sexta-feira, a primeira greve geral desde a ocorrida contra as privatizações, em 21 de junho de 1996. Por enquanto, o movimento contra as reformas do governo Temer tem a promessa de adesão mais forte no setor de transportes — rodoviários, metroviários e talvez até aeronautas. Mas também há acenos de funcionários dos Correios, bancários, metalúrgicos e professores de escolas públicas e particulares.

Em 1996, foi grande. 12 milhões de trabalhadores, ou 19% da população economicamente ativa, pararam contra o governo Fernando Henrique. Entre 14 e 15 de março de 1989, num país muito menos dividido do que hoje, foi ainda maior: 70% da população economicamente ativa cruzou os braços contra a hiperinflação e os programas econômicos do governo José Sarney.

Alon Feuerwerker, analista político da FSB, põe o dedo no dilema que atormenta a turma em Brasília: “Enquanto a opinião pública stricto sensu acena com algum alívio se os políticos apoiarem a agenda Temer, o assim chamado povão resiste bravamente a comprar o peixe das reformas. Isso atrapalha o ritmo das votações. Na política, entregar o prometido é a única coisa que conta. O governo tem feito a parte dele, entregando as verbas e os cargos. Mas não é suficiente. O PT e aliados têm conseguido consolidar a narrativa de que um governo ilegítimo tenta retirar direitos da população, especialmente dos trabalhadores. Na prática, o que se oferece aos políticos é que votem contra o sentimento popular e continuem sendo execrados, inclusive pelos que exigiram que votassem a favor das reformas. Pode dar certo, mas não é trivial.”

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