Por dentro do PqTec

Parque Tecnológico: o novo CTA?

Os números são expressivos e as possibilidades parecem infinitas.
Ali se desenha o futuro de São José dos Campos, papel que o CTA desempenhou a partir do final dos anos 40, virada dos anos 50.

"Com 10 anos de existência, o Parque Tecnológico de São José dos Campos se tornou o maior complexo de inovação e empreendedorismo do Brasil."
A frase abre Relatório de Gestão feito pela OS que administra a unidade, a Associação Parque Tecnológico de São José dos Campos, referente ao período de 2009 e 2016.  De relance, parece ufanista. Para quem conhece um pouco do PqTec, a leitura é outra: é a mais pura realidade. Criado em 2006 por meio de uma parceria entre prefeitura e governo do Estado, o Parque tecnológico chega a 10 anos de existência com mais de 290 empresas e instituições vinculadas a ele. Aí entram alguns dos números expressivos: são 43 empresas residentes nos centros empresariais; 36 empresas no programa de incubadoras; 8 empresas-âncora; 94 empresas associadas ao APL (Arranjo Produtivo Local) Aeroespacial e Defesa; 67 empresas associadas ao APL TIC Vale; 28 microempresas nas Galerias do Empreendedor, além de instituições de ensino, pesquisa, ciência e tecnologia.
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O diretor-geral do Parque, Marco Antonio Raupp, recebeu dois:pontos para uma entrevista pouco antes do Carnaval.

Ainda com algumas sequelas do acidente de carro sofrido em julho do ano passado, no sul de Minas Gerais, Raupp toma alguns cuidados especiais.
Isso não diminui seu entusiasmo ao falar do Parque Tecnológico, instituição que tem seu DNA desde a criação e a implantação, e que dirige pela segunda vez, aos 78 anos. Ele foi o primeiro diretor-geral do Parque entre 2008 e 2011, quando deixou a função para assumir o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação do governo Dilma Rousseff. Voltou ao cargo em 2014, em substituição a Horácio Forjaz. Para Raupp, não há nenhuma dúvida:

-- O Parque Tecnológico de São José dos Campos é o maior complexo de inovação e empreendedorismo do Brasil.

Confrontado com a pesquisa que mostra o PqTec em terceiro no mapa dos Parques Tecnológicos do país, ele não titubeia: os critérios do ranking estão equivocados em razão das características inovadoras do Parque Tecnológico de São José dos Campos. “O Parque subverteu a ordem tradicional”, assegura. Segundo ele, a regra geral é criar Parques Tecnológicos ancorados em instituições de ensino. “São José criou um modelo novo, com o próprio Parque funcionando como polo de atração de empresas e universidades, gerando um ambiente para sinergia, cooperação, parcerias”, disse. Mais: para o diretor-geral da OS, São José inovou no conceito de tripla hélice, que norteia essas instituições: além do setor acadêmico, das empresas e do governo, o Parque Tecnológico acrescentou a sociedade ao seu modelo de atuação. “Criamos uma quarta hélice.”

Foi um trabalho delicado.

Criado há pouco mais de 10 anos, por meio de uma parceria entre Prefeitura de São José e governo do Estado, o Parque Tecnológico recebeu investimentos da ordem de R$ 2,1 bilhões ao longo de sua história, 78% oriundos da iniciativa privada. Na soma histórica, sem atualização de valores pela inflação do período, o valor é de R$ 1,65 bilhão da iniciativa privada contra R$ 449,48 milhões de dinheiro público, com a Prefeitura de São José entrando com R$ 165,08 milhões. “A cada R$ 1 investido pela prefeitura, o Parque Tecnológico alavancou R$ 11,70 de outras fontes, como órgãos públicos estaduais e federais, e, principalmente, de empresas privadas”, disse Raupp.

Para o diretor-geral, a gestão do Parque é um sucesso.

Agora, com o contrato da OS às vésperas de vencer, em maio, chegou a hora de mostrar o que foi feito e o que ainda pode ser feito. “Está na hora de cacarejar nossos feitos”, brinca o diretor-geral, com a experiência de quem esteve à frente do Inpe, da Agência Espacial Brasileira e da SBPC, a Sociedade Brasileira  para o Progresso da Ciência.
Nascido em Cachoeira do Sul (RS), Raupp exerce seu trabalho como um volante tradicional da escola gaúcha: dá cadência ao jogo, distribui a bola, às vezes marca sob pressão. A visita ao Ciesp na última segunda-feira, em um almoço com empresários, com a presença do secretário de Inovação e Desenvolvimento Econômico de São José, Alberto Mano Marques,  faz parte dessa estratégia. Outras etapas virão, como apresentar o balanço da gestão 2009-2016 na Câmara de São José,  em breve. Afinal, é preciso mostrar à cidade o que está sendo feito a partir do antigo prédio da Solectron, às margens da Dutra.

E muita coisa está sendo feita ...



Amanhã, a estrutura do Parque Tecnológico:
as empresas, institutos de pesquisa e universidades que estão dentro dessa cidade que atrai mais de 7.000 pessoas por dia.

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