Com a boca no trombone


por Luís Daniel
Com certeza você já viu, nem que seja pela TV, uma criança com deficiência em idade escolar sem o suporte necessário para aprendizagem ou uma pessoa sem condições de ter acesso na rua por falta de rampa ou semáforo sonoro. Essas são apenas duas situações de descasos fáceis de encontrar em várias cidades brasileiras.
Há muitos anos, vejo e ouço políticos discursarem sobre soluções mirabolantes em defesa da causa, que eu sempre digo que é a mais bonitinha das causas sociais, mas que duram pouco tempo, no máximo, o seu mandato terminar. Mas por que isso acontece, afinal?
Independentemente da bandeira ideológica que levantam, é difícil encontrar articuladores que deem continuidade a programas e até a serviços que o político criou. Isso geralmente ocorre com a desculpa de que ele precisa ser reformulado porque não está funcionando.
Tempos depois, nada mais se fala sobre o assunto e vai tudo para a geladeira ou em um cantinho escondido no armário ou da gaveta. Outra característica desse movimento é que, na maioria das vezes, as criações ficam na mão de quem tem um cargo político e não são compartilhados com os setores capacitados para e assim dar a sonhada continuidade.

Luís Daniel é jornalista e escreve no Blog do Luís Daniel, um espaço dedicado a debater cidadania, deficiência e inclusão

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