Me dá uma preguiça ...


por Antonio Carlos Leite

Minha mãe tinha uma expressão curiosa. Quando ela sentia um certo tédio (tédio era uma palavra muito elaborada para minha mãe) com certas pessoas ou certos assuntos, ela dizia que "tinha preguiça de fulano" ou "tinha preguiça" de falar sobre alguma coisa. Porque dá mesmo uma certa preguiça de discutir alguns temas ou entrar em debates inúteis, estéreis. Ultimamente ando com preguiça de:

- gente que, entre Meryl Streep e Donald Trump, fica com Trump, mesmo sem saber o que a atriz disse. E nem a resposta imbecil do presidente eleito dos Estados Unidos.
- gente que vê, seriamente, Bolsonaro como solução para o país.
- gente que encara massacre em presídio como solução para a crise prisional do país.
E vai por aí afora, nem preciso entrar em mais detalhes, acho que ficou claro o perfil ao qual me refiro. Digo isso só para dar um retorno para uma pessoa que me perguntou, inbox, porque não "batia" em Bolsonaro (para ficar em um só exemplo das perguntas que me foram feitas). Não ficou claro, mas me pareceu um questionamento sobre minha posição, como se eu apoiasse o deputado federal. Não bato porque, hoje, sinceramente, não acho que valha a pena perder tempo com gente reacionária.
O fato de a (ex) esquerda ter cometido as barbaridades que cometeu no comando do país não valida o pensamento extremista de direita. 
Reacionários e boçais, como Bolsonaro, só merecerão alguma atenção quando tiverem relevância política e eleitoral. Hoje são representantes de um grupelho.
Ele e seus apoiadores podem até virar um perigo para o Brasil no futuro. Mas por enquanto estão longe disso... (e dispenso as comparações com Trump. Estados Unidos são outro país, outro mundo. E a história, todos sabemos, quando se repete, é como farsa).

Antonio Carlos Leite é Diretor de Jornalismo na  BandNews FM Espírito SantoDiretor de Jornalismo na empresa Metro Jornal e Diretor de Jornalismo na empresa TV CapixabaEste comentário foi publicado originalmente no Facebook

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