Felício a 120 por hora
Felício Ramuth (O Vale) |
Como cantava o bom e velho Eduardo Araújo, o novo prefeito de São José, Felício
Ramuth (PSDB), entrou na Rua Augusta a 120 por hora, botando a turma toda do
passeio para fora.
Cortou horas extras, determinou uma contenção de gastos em
quase todas as secretarias do governo, dispensou os comissionados que haviam
sobrevivido ao fim da gestão Carlinhos Almeida (PT), adotou uma política de
revisão geral de contratos firmados na administração anterior, suspendeu um
contrato de R$ 20 milhões na área de informática e rejeitou a lista tríplice da
Fundação Cultural Cassiano Ricardo, recorrendo à Justiça para nomear um gestor
temporário, Aldo Zonzini Filho. É pouco ou quer mais?
Vamos ver as cenas dos próximos capítulos. Como disse a jornalista Paula Maria Prado,
editora de Variedades do jornal “O Vale”, em um comentário no Facebook, essa
troca de governo está mais agitada que novela da Globo.
Felício agitou geral, deixou muita gente de orelha em pé,
mas, no fundo, no fundo, não surpreendeu. Afinal, fez exatamente aquilo o que
havia prometido.
A revisão dos contratos estava prevista, assim como a
suspensão do contrato com a NTC para fornecimento de um novo software para o
sistema contábil financeiro da prefeitura. Apesar da empresa ter levado o
contrato em pregão, o valor já havia chamado a atenção da equipe de transição
do PSDB, coordenada por Anderson Farias, logo de cara. A dispensa dos comissionados
é praxe. A ordem de gastar pouco, necessidade. Afinal, Felício não tem ainda
uma ideia clara de como está o caixa da prefeitura nem das bombas relógio
deixadas pelo governo do PT. Mais: a crise está brava e não dá para relaxar. Afinal,
há uma renca de fornecedores e contratos em atraso.
Sobre a lista tríplice da Fundação? Ora, estava na cara o veto de Felício aos nomes indicados pelo conselho.
Sobre a lista tríplice da Fundação? Ora, estava na cara o veto de Felício aos nomes indicados pelo conselho.
Mas, neste caso, existe uma dúvida: porque, na transição, o
PSDB não pediu para Carlinhos vetar a lista e incluir um nome alinhado com
Felício, como foi feito em 2012? Essa resposta só tem quem participou da equipe de
transição. A explicação mais simples é que, com o eventual veto de Carlinhos, seria
mantido na Fundação o grupo de conselheiros atual, em sua maioria hostil ao
PSDB. Com a intervenção, pedida por Felício e determinada pela Justiça, mudanças
grandes, talvez radicais, devem ocorrer lá pelos lados dos antigos galpões da
Tecelagem Parahyba.
Bem, como dizia o radialista Antonio Leite, que, por décadas,
tirou o sono de muitos políticos de São José, vamos aguardar. Se Paula Maria Prado
estiver certa, dos próximos capítulos dessa novela serão emocionantes.
Parabéns pelo artigo. Análise precisa como sempre. Estreia com o pé direito, mostrando que os moradores de São José passam a contar com mais uma ferramenta de bom jornalismo. Quanto a Felício, assim como Dória em São Paulo, assumiu com perfil de gestor e não poderá deixar a peteca cair. Resta saber quando e como conseguirá deslanchar seu governo. Como você escreveu, aguardemos as cenas do próximo capítulo e que o final desta novela seja feliz. Afinal, depois do governo Carlinhos, chega de sofrer. Cláudio Souza.
ResponderExcluirHelcio, muito bem colocado!Começou a 120kh, mas vai chegar a 200kh logo logo. Continuarei te acompanhando!
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